segunda-feira, 9 de junho de 2008















Der Kuss - Gustav Klimt


Beijo


Relembro-nos ocultos sob a pérgula de glicínias.

A luz pingava suspensa em cachos de lilás.

Sentíamo-nos submersos num líquido turquesa

onde os gestos morosos subaquáticos pareciam

brancos e nus.

A aproximação dos lábios

teve a lentidão dos moluscos marinhos.

O teu braço cingiu-me a nuca,

as minhas mãos perderam-se no infinito

e o mundo parou assim…


Só há um beijo válido: o primeiro.

É puro, de mármore, eterno.

Merece uma estátua no meio do jardim.


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