terça-feira, 18 de novembro de 2008
























Ураган Дуся - Andrey Remnev


Post-scriptum


Ah! Não te esqueças de estender os teus poemas na varanda:

fechados, ganham ferrugem e não soam muito bem aos ouvidos;

fechados, tilintam conforme metais impuros das metalurgias

e têm a cintilação embaciada de zebre das estrelas longínquas.

Fechadas, as palavras amolecem e pegam-se umas nas outras,

tornam-se difíceis de articular, enrolam-se na mecânica das línguas.

Fechadas, em vez de leres liberdade lês obscuridade

e em vez de leres amor lês bolor.


As palavras querem-se ao sol.

A poesia quer-se ao vento.

Não te esqueças.


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