O silêncio das palavras como espelho e etc.
O silêncio das palavras como espelho e…
sim, sobretudo a palavra espelho onde
imperturbável mergulho o semblante frio,
é tão taciturno quanto o reminiscente lago onde
pesco langorosamente os peixes tristes da memória.
Para lá do espelho – da palavra – há um mundo onde
sem-abrigo me passeio nas avenidas da solidão:
aqui, as lágrimas correm tanto no riso como no choro
e as aves mudas debicam o alimento da mão.
Entro no espelho – na palavra – para recordar
o dia de ontem e descubro que sou uma estátua onde
também continuamente o silêncio lacrimeja azul de zebre.
Depois fixo o olhar no outro olhar de bronze estático:
e penso: a vida pode mudar com um simples piscar de olhos…
Mas agarro-me ao silêncio das palavras como espelho e etc.
poema de Revel
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