Fruits of the
Natureza morta
Na mesa, os frutos esperam
pela faca.
Não temem a morte, não sabem nada sobre a dor.
Nem lhes interessa serem pintados, tornados imortais na tela.
Secretamente,
desejam ser abertos ao meio, é assim que se perpetuam.
Já os crisântemos, na jarra, contam os dias
de agonia suspensa.
Conhecem bem o cheiro das trevas, as borboletas de silêncio.
Em breve tombarão na vertigem da terra
sonhando com os girassóis de van Gogh.
Mas na mesa os frutos: esperam indiferentes pelo pintor.
Depois virá a faca.
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