Sem título - Mário Botas
Sem título
Gosto dos quadros intitulados sem título.
As linhas podem ser desejos de infinito, ou amarras,
vistas de longe ou de perto, conforme o sítio
onde se planta o espectador no museu de arte moderna.
Uma grande mancha de azul pode ser o céu,
o céu pode ser o mar, o mar pode ser uma grande mancha de azul.
Um traço negro pode ser um barco, um barco
posso ser eu e deixar-me arrastar pelos tons de azul marinheiro.
Não sei se gosto de poemas sem título...
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